terça-feira, 31 de janeiro de 2012
SAUDADE
Ela chega, se instala,
e não há como evitar
o seu domínio.
No seu jeitinho maroto
ela se cala,
enquanto nos perturba
o raciocínio.
Desperta ansiedade,
inquietude, agonia...
Dizem que faz sofrer,
mas isso eu não afirmaria!
Entendo apenas que a sua presença
de felicidade nos vem falar,
ainda que represente uma ausência
e possa até nos fazer chorar.
Mas tentar em palavras defini-la
eu acho impossível, na verdade.
Tudo que sei, é senti-la
e que seu nome é SAUDADE.
(Poema publicado na coletânea "Universo Poético II" - 1992)
sábado, 14 de janeiro de 2012
PEDAÇOS
O amor é eterno aprendiz
Que não aprende nunca.
Apanha da vida e continua crédulo.
Leva rasteiras, mas jamais desiste.
Arrisca o prazer do sonho
E desperta em pesadelo.
Foi assim que vi
O meu amor se fragmentar...
Na ânsia de ser feliz,
Acreditou no destino
E se doou por inteiro.
Mas tão depressa o destino mudou!
Hoje olho os destroços
E não sei se choro
Ou se devo achar graça.
Afinal, mais uma vez,
A vida levou meus sonhos
Sem ter pena da solidão
Que o meu peito transpassa.
Começo a recolher os pedaços
Para ver o que se salvou.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Dúvida
Parei para ver estrelas e, de repente,
me vi contemplando os teus olhos...
O que ocorreu, afinal?
Vi os teus olhos brilhando no céu
ou havia um céu de estrelas
brilhando em teus olhos?
(Publicado na coletânea "Universo Poético I" - 1988)
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